A ESTRELA DA NOITE

- Psiu!... Devagar!... Agora somente o silêncio é quem reina na Floresta de Poesia. Os bichinhos estão todos dormindo, encantados. E uma frouxa luz amarela protege a Cidade de Capim. As estrelas cadentes cruzam o céu, numa festa cintilante. Os sonhos nascem. São os guardiões da Floresta. Uma paz imensa envolve os corações que amam... São perfumes de flores... Risos de criança... Cantos de poeta em noite calma! Fiquem todos em paz... E que o amanhã desperte, na luz de um novo dia.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

CAMINHOS PARA A FLORESTA...

(...) A tarde avermelhada ia caindo vagarosamente naquele pedacinho de chão, onde estava o Velho Besouro, sentado em sua tampinha de garrafa, com o chapéu ao colo e a bengala entre as mãos, tendo em volta a Baratinha, de pé, com as mãos na cintura, o Ratinho todo encolhido perto da Formiguinha e o Calanguinho com as pernas cruzadas e as mãos no queixo, com ar de sabido.



O Besouro olhava sempre ao longe, como que buscando no infinito a primeira estrela da tarde, a anunciar a saudade e as canções de uma terra distante, de um olhar amigo ou até mesmo de um amor.  Em torno do grupinho via-se uma latinha de coca-cola vazia, em pé, servindo de muro. Uma tampinha de caneta, onde a Formiguinha encostava o pequeno corpinho frágil. Uma velha caixinha de fósforo, jogada fora e, ao fundo, prédios, ruas, pontes, postes, torres e outras coisas estranhas de cidade grande.

De repente, a Baratinha se assustou:

- Cadê o riacho? - disse interrogativa, olhando para um filete de água que descia da montanha.

- O riacho fugiu... - respondeu o Besouro.

- Cadê a floresta? - tomou a vez o Ratinho. - Só vejo casas e prédios.

- Isso é muito triste - lamentou-se a Formiguinha.

- Ainda existe um lugar...

- Que lugar é esse? - perguntou a Formiguinha, levantando apressada da sua tampinha de caneta.

O Besouro respondeu:

- Vê além, muito além daqueles prédios, daquelas serras e montanhas?

- Sim - respondeu o Calanguinho.

- Lá ao longe - tornou o Besouro -, lá onde surge a primeira estrela da tarde, onde a brisa descansa suas asas, lá existe a Floresta de Poesia. (...)

(Patchwork da Dona Lelei - Panor)



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