A ESTRELA DA NOITE

- Psiu!... Devagar!... Agora somente o silêncio é quem reina na Floresta de Poesia. Os bichinhos estão todos dormindo, encantados. E uma frouxa luz amarela protege a Cidade de Capim. As estrelas cadentes cruzam o céu, numa festa cintilante. Os sonhos nascem. São os guardiões da Floresta. Uma paz imensa envolve os corações que amam... São perfumes de flores... Risos de criança... Cantos de poeta em noite calma! Fiquem todos em paz... E que o amanhã desperte, na luz de um novo dia.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

QUALQUER PALAVRA SERENA

Para Adriel Vidal Sabadine e Alessandra Félix.


Qualquer palavra serena

Que, enfim, transmita o amor.
É o que disse uma lagarta
Para o amigo beija-flor.

Qualquer palavra serena
Que sirva de uma lição
E enfeite todo o jardim
Deste nosso coração.

O beija-flor bateu asas,
Levando os ensinamentos
Pra todos da laranjeira.

E, após alguns momentos,
A lagartinha dormiu
Na folha da goiabeira.

(Mensagem da Floresta de Poesia, página 39)


(...)

CANSADA de um longo dia de caminhada por folhas, galhos, árvores, raízes e terras distantes, uma lagartinha resolveu parar um pouco e refletir sobre em qual direção deveria prosseguir na manhã seguinte. Estava no alto de uma enorme goiabeira, pensando calmamente, quando apareceu um ligeiro beija-flor:

 - Boa tarde, mocinha - disse o beija-flor.

- Boa tarde - respondeu a lagartinha.  - Aonde o amigo vai assim tão apressado?


- Vou visitar algumas flores, um beija-flor da minha idade precisa aproveitar a vida.

- Muito bem - falou a lagartinha. - É preciso conhecer as flores.

- E eu as conheço - disse o beija-flor.

- E seus espinhos, você os conhece? - perguntou a lagarta.

- Não, procuro evitá-los. Dizem que são muito doloridos. Por isso, meus encontros são todos passageiros. Como todo beija-flor, descobri o amor assim.

- O amor pode ser bem maior do que imaginamos, quando aprendemos a amar até mesmo aquilo que mais nos desagrada.

- Pode ser - disse o beija-flor, mas isso é muito difícil.

- É preciso ao menos tentar - insistiu a lagarta.

- O que mais a desagrada? - perguntou o beija-flor.

- Não sei. Talvez o cansaço de estar sempre presa ao chão, andando de um lado para o outro e enfrentando perigos a todo instante.

- Não entendo como você consegue amar este sacrifício todo.

- É a minha vida – explicou a lagartinha. - E é necessário amá-la do jeito que ela é. Só assim poderei amar a quem está ao meu redor.

- Gostaria de saber o que posso dizer para tornar outras pessoas felizes, - comentou o beija-flor.

- Diga qualquer palavra serena - foi a resposta da lagartinha.


Qualquer palavra serena

Que, enfim, transmita o amor.
É o que disse uma lagarta
Para o amigo beija-flor.

Qualquer palavra serena
Que sirva de uma lição
E enfeite todo o jardim
Deste nosso coração.

O beija-flor bateu asas,
Levando os ensinamentos
Pra todos da laranjeira.

E, após alguns momentos,
A lagartinha dormiu
Na folha da goiabeira.

Marcador de livro 
Edição de 2002 - Elaborado por Adriel Vidal Sabadine.

Nenhum comentário:

Postar um comentário