"(...) Mas a sementinha, curiosa, que não se conformava mais com uma ideia tão limitada de mundo, quis se aventurar. Com toda coragem, começou a subir... subir... subir... até que, encontrando o limite entre a terra e o ar, sentiu o calor do sol batendo em seu rosto e viu os raios luminosos do dia pela primeira vez.
Ficou ao mesmo tempo assustada e embevecida. Não imaginava que pudesse existir algo assim tão belo.
Começou a conhecer o mundo, as coisas, as cores, as folhas, as flores, os rios, as árvores e o sopro do vento.
Em tanto encanto olhou para si mesma... E percebeu que também havia mudado. Já não era mais uma semente, era um broto, uma folhinha verde crescendo... E viu que tudo isso era bom, que o amor é uma melodia silenciosa que toca mais fundo na alma...
Como contar às outras o que descobriu? Não poderia mais voltar. Mesmo se voltasse elas não acreditariam.
Era grandioso demais tudo o que havia encontrado. Tão diferente daquela covinha escura debaixo da terra. Contudo, era ainda lá que mantinha suas raízes, que lhe davam forças para ficar de pé e energia para viver. E isso também era bom.Quando chegou a noite, a lua clareou o céu e as estrelas brilharam intensamente. A “sementinha em folha” viu que ainda havia muita coisa para conhecer e amar. E, mesmo que viesse a sofrer por isso muitas vezes, valeria à pena.
Sim, valeria à pena doar todo o seu perfume e toda a sua essência aos braços do infinito céu azul, cheio de mistérios e estrelas cintilantes."
(Trecho da fábula "As três sementinhas", Floresta de Poesia, página 27).
Olá Wagner, que história interessante! Comecei a rabiscar uma história sobre o encantamento das florestas também, mas ainda não cheguei a metade,rs.. Poxa, que bom ter vindo aqui, com calma vou ler todos os textos. Parabéns pelo belo trabalho.
ResponderExcluirObrigado, abraços.
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