VEJA ao longe despontando a lua errante. Já é noite na Floresta
de Poesia.
O céu está límpido e
suave. Uma imensa variedade de bichinhos alados começa a enfeitar a Cidade de
Capim, iluminando a escuridão do vale e trazendo alegria para a Floresta.
Os pirilampos fazem no
ar um bailado de pisca-pisca. Enquanto isso, as crianças dormem... E sonham...
É uma verdadeira festa:
As estrelas lembram o
amigo vaga-lume e sua doce canção. Canção da alma, canção de flores, canção de
amores...
Lembro-me perfeitamente
do dia em que ele chegou de repente, dentre as folhagens. Eu estava encostado
na raiz-pé de um velho jequitibá,
respirando o ar puro e fresco do sertão...
- Senhor Besouro -
disse-me ele -, gostaria de lhe mostrar uma música que fiz, se isso não o
incomodar, é claro.
- De forma alguma me
incomoda - respondi. - Meus ouvidos
estão abertos para apreciar a boa arte.
E o vaga-lume, pegando
uma pétala de margarida amarela, começou a cantar:
A estrela de prata
Brilhou na cascata
Depois da lagoa.
Que coisa bonita
É a folha que agita
Depois da garoa.
A noite desponta
E eu nem faço conta
De quantas estrelas
Existem no céu.
Que coisa bonita,
Depois da garoa
A vida tão boa
É um favo de mel...
Um favo de mel...
- Perfeito - disse a
ele. O que mais me impressionou foi a simplicidade dos versos. Ser simples como
uma folha que nasce e um rio que corre... Eis aí um grande mistério...
Fábula dedicada a César Fernandes Fonseca, meu irmão:
Poeta, músico autodidata e técnico em radiologia (sua profissão). Desde a infância se interessava por violão e pela música popular brasileira, recebendo influências diversas, de Toquinho a Badem Powell, Djavan a Alceu Valença. Estudou violão com recursos próprios e, assim, foi criando e recriando formas, melodias, harmonias. César é quem primeiro teve a ideia de transformar os poemas da FLORESTA DE POESIA em músicas infantis. Escondia-se no quarto e logo saía com a canção já embalada.
Em dezembro de 2005 realizamos o musical no Centro Cultural Carlos Cheminand e na Igreja da Matriz, com crianças da CASA DA
CRIANÇA DE BANANAL. Trabalho desenvolvido com Márcia Cheminand, Lalau, Paulo
Jaime, Rachide, Elisa Valiante Guarizi e Luciana Fidalgo.
Desenhos no Chão e A formiga Elizabeth.
César é responsável também pelos arranjos das músicas e organização do repertório e apresentações.
César forma com Luciana Fidalgo uma grande parceria, alternando as vozes entre o grave e o agudo, conseguem expressar emoções singelas dos bichinhos da CIDADE DE CAPIM.
Isabela Granha é a irmã mais velha, leitora espetacular e menina de muito talento musical. Voz afinada e na alegria de sempre... Tem diversos poemas do livro dedicados a ela, como "A abelhinha Jasmim". Os vídeos abaixo são partes de um ensaio para o musical:
Melhores amigos:
Floresta de Poesia:
E a aventura continua...
Excelente trabalho...ao meu ver esta criança já nasce sabendo caminhar! O melhor de tudo, é que esta criança também sabe que o caminho da humildade nos leva às estrelas.
ResponderExcluir"Quando chegou a noite, a lua clareou o céu e as estrelas brilharam intensamente. A “sementinha em folha” viu que ainda havia muita coisa para conhecer e amar. E, mesmo que viesse a sofrer por isso muitas vezes, valeria à pena.
ResponderExcluirSim, valeria à pena doar todo o seu perfume e toda a sua essência aos braços do infinito céu azul, cheio de mistérios e estrelas cintilantes."
"As três sementinhas", fábula da Floresta de Poesia, página 27.