A ESTRELA DA NOITE

- Psiu!... Devagar!... Agora somente o silêncio é quem reina na Floresta de Poesia. Os bichinhos estão todos dormindo, encantados. E uma frouxa luz amarela protege a Cidade de Capim. As estrelas cadentes cruzam o céu, numa festa cintilante. Os sonhos nascem. São os guardiões da Floresta. Uma paz imensa envolve os corações que amam... São perfumes de flores... Risos de criança... Cantos de poeta em noite calma! Fiquem todos em paz... E que o amanhã desperte, na luz de um novo dia.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

MURMÚRIOS DO LADO DE LÁ

- NÃO entendo como algumas pessoas conseguem morar tão mal, em casa caindo uma por cima da outra.   - disse a Baratinha, olhando para um vilarejo no alto de um morro.

- Os homens não sabem construir sua moradia - completou o Ratinho.

E o Velho Besouro ajeitou-se sobre uma folha de capim:

- Muitas vezes as pessoas são obrigadas a viver em situações de risco.

- Como pode isso? - perguntou o Calanguinho.

- Ora!  - disse o Besouro. - Os seres humanos se dividem em classes: superior, média e inferior. De forma que, enquanto uma pequena minoria possui muitas casas e terras, grande parte deles vive com dificuldades.

- Ventos distantes contaram sobre pessoas que dormem embaixo de pontes, em viadutos, praças e calçadas - disse admirada a Formiguinha.

- A grande diferença social... - lamentou o Besouro.  É o mundo dos homens. Já faz muito tempo... Eu era muito jovem...



Eu andei longes terras...

Então, olhando para o poente, deixou que suas asas se abrissem e partiu, acenando para os outros bichinhos...

E cada um, à sua maneira, seguiu em direção à Floresta...


Um velho besouro,
Muito experiente,
Contou consciente
Mil coisas estranhas
Do lado de lá.
Os outros, mais jovens,
Ouviram atentos,
Por certos momentos
Diziam: “ -  Será?!”

O velho besouro
Falou de cidades,
De prédios, de casas,
Usinas, maldades.
Falou de guerrilhas,
Combates, canhões,
De armas que ferem
Civilizações,
Que os homens constroem
Suas próprias prisões.

E dizem: “- Progresso,
Um viva ao futuro!...”
Meu Deus, que tristeza!
Que passo no escuro!

E enfim o tal velho
Pediu pra que a brisa
Guardasse o segredo
Do lado de cá,
Que o tempo levasse       
Pra longe os murmúrios
Do lado de lá.


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